arqueo-news. Junho 2009

Atualizado em 25/06/09
Flauta de 35 mil anos é mais antigo instrumento musical do mundo
Primeiros humanos modernos da Alemanha produziram instrumentos.
Matéria-prima foi osso e marfim; para pesquisadores, é a origem da música.
Reinaldo José LopesDo G1, em São Paulo

A asa de um abutre e presas de mamute serviram de matéria-prima para produzir os mais antigos instrumentos musicais do mundo, afirma um estudo na edição desta semana da revista científica "Nature". São flautas encontradas em cavernas do sudoeste da Alemanha, testemunhas de uma aparente explosão de criatividade que tomou conta dos primeiros seres humanos a colonizarem a Europa.


A foto após a escavação, com detalhe para os furos dos dedos (Foto: H. Jensen/Universidade de Tübingen)
As flautas de osso (a mais completa e bem preservada) e de marfim foram encontradas e analisadas pela equipe de Nicholas J. Conard, arqueólogo da Universidade de Tübingen (Alemanha) que é um dos maiores especialistas nessa aparente Semana de Arte Moderna que aconteceu há cerca de 35 mil anos, na Europa da Idade do Gelo.


A escavação; no detalhe da flecha, os fragmentos das flautas de marfim (Foto: M. Malina/Universidade de Tübingen)
Depois de remontada, a flauta de osso de abutre revelou ter quase 22 cm de comprimento (embora ela não esteja inteira, até onde os pesquisadores podem estimar; pode ser que ela fosse ainda mais comprida). Com cinco buracos para os dedos, os arqueólogos estimam que ele pudesse produzir uma variedade de notas tão grande quanto a da maioria das flautas modernas.

Antes da descoberta, alguns pesquisadores tinham proposto que os neandertais, nossos parentes extintos mais próximos, também tinham tradições musicais. No entanto, os instrumentos alemães apresentam a primeira prova inequívoca da existência de música entre seres humanos modernos ou seus parentes. Na mesma época, artes como a pintura e a escultura também estavam emergindo na Europa.

Atualizado em 23/06/09
Celeiro de 11 mil anos na Jordânia dá pistas sobre origem da agricultura
Pesquisadores acharam estrutura em vilarejo perto do mar Morto.
Construção servia para guardar cereais selvagens colhidos ali.
Do G1, em São Paulo

Escavações na Jordânia, nas vizinhanças do mar Morto, revelaram um dos mais antigos conjuntos de celeiros do mundo, trazendo pistas sobre as origens da agricultura no Oriente Médio. As estruturas, com cerca de 11 mil anos de idade, foram estudadas pelos arqueólogos Ian Kuijt e Bill Finlayson e estão descritas na revista científica "PNAS". A arquitetura dos celeiros revela paredes de adobe, pedra e pau-a-pique, com assoalho elevado para permitir a ventilação dos cereais (cevada e aveia selvagens) e dificultar o ataque de roedores. Aparentemente, os moradores da região estavam recolhendo essas plantas de forma intensiva na natureza, o que, nas gerações seguintes, levaria à agricultura propriamente dita.

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