Carnaval ou carne vil???
A origem da denominação Carnaval não reúne consenso entre os historiadores: as duas teorias mais conhecidas dividem-se entre uma conotação religiosa, em que a palavra resulta do latim “carnevale” (junção de carne e adeus, que designaria o último dia em que era permitido comer carne, antes da Quaresma), e a influência das festas em honra de Dionísio, nas quais um cortejo de carros (“carrus navalis”) distribuía vinho ao povo de Roma, contudo, outra tese, que vai buscar ao Médio Oriente, onde os calendários solares eram fortemente assinalados, a expressão “carr nabal”, isto é, a festa dos loucos.
As celebrações carnavalescas decorriam com um fundamento sagrado ainda antes do nascimento de Cristo, numa festa babilónica praticada pelos judeus e descrita na Bíblia, motivada para comemorar o fim do inverno e o início das sementeiras.
“As pessoas faziam espalhafato e barulho, condenavam e enterravam simbolicamente, em teatros, os poderosos, os opressores e os líderes religiosos e mudavam os papéis sociais, vestindo-se de rico ou do sexo oposto. Era uma festa de subversão social”, descreveu.
A temática manteve-se mais tarde, quando o Carnaval se estendeu ao Mediterrâneo e passou a chamar-se Entrudo (entrada), ficando “arrumado” no calendário cristão como uma despedida do profano para entrada no período da Quaresma.
Apesar da conotação ao sagrado, a Igreja Católica sempre suspeitou deste período de “desregulação”: até há cerca de “50 ou 60 anos” organizava uma reza de quarenta horas, durante a qual os fiéis se revezavam na igreja para “reparar os males e abusos” praticados.
“O Entrudo passou a ser Carnaval sem nada de sagrado!!
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